Estudo aborda as possibilidades de financiamento de plantas piloto de produção de SAF

Publicado em 18 de maio de 2021

Certamente, não é segredo que inovação custa caro e plantas piloto para produção decentralizada de eletrocombustivel renovável representam um enorme ponto de virada de inovação do sistema energético. Para viabilizar o financiamento das inovações na aviação brasileira, o projeto ProQR conduziu o estudo “Financiamento para Eletrocombustíveis Renováveis de Aviação” (2019). O relatório final fornece uma visão detalhada das opções financeiras para o desenvolvimento de combustível de aviação sustentável (SAF) no Brasil.

A boa notícia – existem muitas possibilidades. A pesquisa considera fontes de financiamento regionais, nacionais e internacionais, de caráter público e privado. Dentre delas, o estudo diferencia entre diversas finalidades, desde a pesquisa básica até a planta piloto demonstrativa, passando também por apoio financeiro no lançamento e na comercialização do combustível no mercado.

Chama atenção a profundidade da análise, p.ex. referente à aplicação de modalidades de crédito e apoio não reembolsável. Por exemplo, observa-se que empresas de pequeno porte podem não se qualificar para linhas de crédito. Isto pode se mostrar relevante quando na produção decentralizada de combustíveis tratamos com produtos menores e inovadores, ainda não ofertadas pelas grandes empresas.

O grande número de opções de financiamento listadas representa também um desafio: os autores constam que empresas mal se orientam entre elas. Além disso, mudanças políticas e operacionais podem afetar a disponibilidade dos recursos. Neste sentido, um outro desafio destacado é o efeito da persistente crise econômica (2019), que resulta numa perda de fôlego, especialmente para fundos públicos voltadas para inovação (PD&I).

Ainda, dentro desse cenário complexo, o relatório sugere que, no Brasil, os fundos ambientais e de desenvolvimento regional devem ser priorizados na obtenção de financiamento. Isso ocorre, porque entre as muitas opções, concluiu-se que os bancos e as instituições executivas podem ser muito avessos ao risco para o estado atual da tecnologia SAF.

O documento pode servir como excelente guia para instituições interessadas no desenvolvimento de combustível de aviação sustentável no Brasil, sobre a condição de considerar a possível volatilidade nas ofertas para cada novo projeto.

Para acessar o documento em português, clique aqui.

O estudo foi elaborado sob demanda da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

Bárbara Correa contribuiu para este artigo.

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