Publicado em 31 março de 2022

Parceria entre Agência de Cooperação Alemã e CIBiogás leva ao Paraná investimentos de cerca de R$ 9 milhões

Com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa pelo setor aeroportuário, foi lançada no dia 31 de março mais uma iniciativa inovadora para a produção de combustíveis renováveis. No Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), no estado de Paraná, será produzido Combustível Sustentável de Aviação (SAF) a partir de biogás e hidrogênio verde. Outros responsáveis desta parceria são a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Agência Técnica de Cooperação Alemã GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH), a Fundação Araucária, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e também o Núcleo de Pesquisas em Hidrogênio do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e Itaipu Binacional.

Na GIZ, dois projetos colaboram nesta iniciativa: H2Brasil, que busca a expansão de hidrogênio verde no país, em colaboração com o Ministério de Minas e Energia (MME) e o ProQR, projeto voltado para a produção local e descentralizada de combustíveis sustentáveis para redução do carbono na atmosfera, coordenado em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Os projetos são financiados pelos Ministérios Alemães do Meio Ambiente (BMUV) e da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ).

A rota para produzir SAF aproveita biogás e hidrogênio verde

O empreendimento será realizado no estado do Paraná ao longo de dois anos e vai contar com investimentos na ordem de R$ 9 milhões. A ideia é desenvolver tecnologia alternativa que seja utilizada pelo setor de transportes para restringir os impactos climáticos gerados pela queima de combustíveis fósseis, como a produção de Combustível Sustentável de Aviação – SAF em pequena escala. O projeto prevê também a transferência de conhecimentos e a produção descentralizada de combustíveis renováveis a partir da elaboração de um modelo técnico.

Ao substituir o carbono pelo uso do biogás, combinando-o com o hidrogênio verde produzido a partir de água e energia renovável, a iniciativa cria uma nova rota tecnológica para fontes alternativas de energia. Esses esforços incentivam a bioeconomia local e reforçam medidas sustentáveis, como a necessidade do tratamento adequado dos resíduos orgânicos.

“Uma vez que todo o território brasileiro tem disponibilidade de biomassa residual, a solução proposta pelo projeto pode ser replicada em todo o país, oferecendo uma oportunidade para a produção descentralizada de combustíveis neutros em carbono. Isso tem o potencial de transformar a economia global, e o Brasil pode se apresentar como líder neste cenário”, afirma o Dr. Markus Francke, diretor do projeto H2Brasil da GIZ.

O estado do Paraná se posiciona para ser polo de hidrogênio

Com a planta piloto desenvolvida no Paraná, a expectativa é de que sejam criados polos de hidrogênio verde em regiões com excedentes de energia renovável e uma nova rota de aproveitamento energético do biogás.

“O Paraná tem enormes possibilidades de se transformar em um ator muito importante nas questões ligadas à produção do hidrogênio verde a partir da biomassa. Nós temos condições para isso, e acima de tudo, temos instituições de ciência e tecnologia que são capazes de suportar realmente essa grande transformação que teremos referente ao suprimento de energias nas próximas décadas”, ressaltou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

“Esta iniciativa permitirá ampliar ações em prol da sustentabilidade, explorando nossa matriz renovável para produção de combustíveis de baixa emissão de carbono, promovendo o desenvolvimento de habilidades e competências e o fortalecimento na relação bilateral entre Brasil e Alemanha”, afirma o Sr. Rafael Gonzalez, diretor presidente do CIBiogás.

O H2V e a Cooperação Alemã

A Cooperação Brasil-Alemanha para o desenvolvimento sustentável trabalha há décadas nas áreas de energia sustentável e eficiência energética. Mais recentemente, vem apoiando o aprimoramento das condições legais, institucionais e tecnológicas para a expansão do mercado de hidrogênio verde (H2V) e de seus derivados no país. Nos próximos anos, com o apoio do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), serão implementadas ações para a construção de laboratórios, desenvolvimento de novas tecnologias, fomento ao desenvolvimento e financiamento de ideias inovadores e projetos tecnológicos, construção de laboratórios, estudos, educação profissional e capacitação na área do hidrogênio verde.

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